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A "Análise Social" iniciou
a sua publicação em 1963 como revista trimestral do então Gabinete de Investigações Sociais do Instituto Superior de Ciências
Económicas e Financeiras. Era sua proposta, como se pode ler na apresentação do primeiro número, «servir a sociedade e
a cultura portuguesas, através da Universidade».
Ao longo dos mais de 30 anos
da sua existência conheceu quatro séries distintas.
A primeira série, que vai
desde 1963 a 1970 (do n.º 1 ao n.º 32), corresponde à fase em que a revista se preocupa dominantemente com a problemática
do desenvolvimento económico-social e da modernização da sociedade portuguesa ao serviço dos quais se pretende pôr o contributo
das modernas ciências sociais. Nesse sentido, assumiram particular importância os números especiais sobre os «Aspectos sociais
do desenvolvimento económico em Portugal» (n.ºs 7-8 de 1964), sobre «A Universidade na vida portuguesa» (n.ºs 20-21 e 22-23-24
de 1968) e sobre «O Desenvolvimento em Portugal: Aspectos sociais e institucionais» (n.ºs 27-28 de 1969).
A revista teve como director
nesta primeira fase José Pires Cardoso e já como principal animador Adérito Sedas Nunes, contando no seu primeiro corpo redactorial
os nomes mais assíduos de Raúl Silva Pereira, Mário Pinto, Alfredo de Sousa, Mário Murteira, Manuela Silva, Nuno Portas, João
Cruzeiro, A. Trigo de Abreu, José Carlos Ferreira de Almeida e Mário Cardoso dos Santos, a que se vieram juntar, no final
da década, os de Maria de Lourdes Lima dos Santos, Víctor Matias Ferreira, Eduarda Cruzeiro, David Miranda, Marinho Antunes,
Joaquim Aguiar e José Manuel Rolo.
Nos começos da década de
70, a Análise Social passa a acentuar a dimensão crítica do desenvolvimento e a análise das razões e das raízes do seu bloqueamento,
sendo essa porventura a mais marcante característica da sua segunda série, iniciada em 1972 com o nº 33, e que termina em
1981 com o nº 69. A atenção da revista desloca-se inicialmente para os problemas epistemológicos e metodológicos, como o atesta
a publicação de um número especial dedicado às «Novas fronteiras da metodologia sociológica» (n.ºs 35-36 de 1972), e posteriormente
para a história mais recente de Portugal (Liberalismo, Primeira República e Estado Novo), de que os números especiais sobre
«O século XIX em Portugal» (n.ºs 61-62 de 1980), sobre «O Movimento Operário em Portugal» (n.ºs 67-68-69 de 1981) e sobre
«A Formação de Portugal Contemporâneo» (publicados em 1982 e 1983, com os n,ºs 72-73-74 e 77-78-79) são a expressão mais saliente.
A direcção da revista é nesta
segunda fase directamente assumida por A. Sedas Nunes (primeiro como seu sub-director, em 1972, e logo depois como director,
a partir de 1973). A redacção, que passa a dotar-se de um Secretariado, é alargada com a entrada de Teixeira de Sousa, Eduardo
de Freitas, João Ferreira de Almeida, José Madureira Pinto, Maria Filomena Mónica, Marinús Pires de Lima, Sérgio Lopes e Vasco
Pulido Valente, e modifica-se, após o 25 de Abril de 1974, com a saída de Alfredo de Sousa, Mário Pinto e Víctor Matias Ferreira
e com a entrada de M. Villaverde Cabral, Manuel de Lucena, José Barreto e Fátima Patriarca. A este grupo se vêm juntar, já
nos últimos anos da década, Jaime Reis, António Barreto, Manuel Braga da Cruz, Luís Salgado de Matos e Miguel Esteves Cardoso.
Com a institucionalização
do GIS e a sua transformação no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa em 1982, a Análise Social inicia a
sua terceira série, no n.º 70. Trata-se mais de uma «transformação fundamental no estatuto do organismo de que Análise Social
tem sido principal veículo de expressão», como se diz na abertura desse número, do que propriamente de uma alteração de orientação.
Em todo o caso a revista foi-se abrindo, ao longo dos anos 80, a novos contributos científicos, (designadamente de antropologia
social, de psicologia social, etc.) por um lado, e a temáticas de maior actualidade, por outro lado. Exemplos de um e de outro
aspecto são, respectivamente, o alargamento crescente do corpo redactorial (em 1982 surgem Ana Nunes de Almeida, Edgar Rocha,
Fátima Bonifácio e J. M. Nazareth; em 1984, Aida Valadas de Lima, Machado Pais, João B. Serra, J. M. Sobral, Maria Beatriz
Rocha Trindade e João de Pina Cabral; em 1985, Jorge Vala) e a publicação dos números especiais sobre «Mudança Social no Portugal
de Hoje» (n.ºs 87-88-89 de 1985) e sobre «Mulheres em Portugal» (n.ºs 92-93 de 1986).
O nº 100 da revista, assinalou
em 1988 os 25 anos da sua existência, tendo Adérito Sedas Nunes publicado nesse número um importante ensaio de história da
revista e das ciências sociais por ela desenvolvidas em Portugal.
Em 1991, depois da aprovação
da Lei de Autonomia Universitária, o ICS passou a ter novos Estatutos e a Análise Social nova direcção, sendo Adérito Sedas
Nunes substituído por Manuel Braga da Cruz, que já desempenhava as funções de sub-director desde 1987. |
Nos últimos anos tem continuado
a revista a mesma linha editorial de abertura às várias ciências sociais e de tratamento em números especiais de temáticas
particulares, como sucedeu com os números dedicados à história económica contemporânea, à história das elites e à integração
europeia de Portugal, que tiveram grande sucesso. E em termos de público tem procurado continuar a ser, não apenas uma revista
académica e científica, em permuta com mais de centena e meia de revistas congéneres, e com larga difusão nacional e internacional,
mas também uma revista de cultura, lida e assinada não só por cientistas sociais mas também por quantos se interessam pela
evolução da sociedade portuguesa e pela sua história. |
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A
partir de 1998, a direcção da revista é de António Barreto e o Conselho de Redacção é composto por Fátima Patriarca, Karin
Wall, Luis Salgado de Matos, Maria de Fátima Bonifácio e Pedro Lains. A edição e produção estão ao cuidado de Clara Cabral.
No seu número 150, a revista divulgou os índices completos de todos os artigos publicados desde o início da sua existência.
Em
2000, foram publicados vários números especiais ou temáticos, nomeadamente o nº 154-155, consagrado ao tema "Portugal político
- 25 anos depois". Em 2001, foi a vez de dois números especiais: "História política" (nº 157) e "Biografia" (nº 160). A secção
de livros tem vindo a desenvolver-se significativamente, incluindo agora inúmeros ensaios e recensões. Actualmente, é também
possível encontrar na Internet todos o índices da revista, assim como os adequados mecanismos de procura por autor e temas.
Poderá ainda ler integralmente as recensões de livros publicadas nos últimos anos. É possível consultar listas completas de
colaboradores e de "referees". Finalmente, dentro de pouco tempo, será possível consultar também os resumos dos artigos em
português, francês e inglês.
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