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José nogueira dos reis - 1. Noções gerais CONCEITO.O objecto das ciências auxiliares da História é todo e qualquer indício dos actos e condições de vida dos homens no passado. Em comparação com a ciência histórica em geral, as ciências auxiliares da História ocupam, de acordo com o seu objecto, posição secundária. Há quem tenha tentado substituir este conceito de ciências auxiliares pelo de ciências básicas, pois que o conhecimento histórico só é possível a partir dos vestígios que nos ficam dos tempos antigos ou seja a partir das fontes. este conceito de ciências básicas da História acentua a sua importância como parte essencial da História e não como "auxiliares" que a História poderia eventualmente dispensar. Às ciências básicas da História cabe, não o ocuparem-se do material histórico por ele próprio, mas sim ordenar esse material - em si mesmo sem vida -, descobrir novas fontes com base nas quais se possam deduzir novas certezas históricas. ESTRUTURA. Como ciências das fontes do conhecimento histórico, todas as ciências auxiliares, e portanto também as fontes, podem distribuir-se por três grupos, conforme dizem respeito a textos, a objectos ou a factos. TEXTOS (Fontes escritas). A decifração e ordenação dos escritos antigos compete em geral à paleografia. De acordo com a distribuição dos textos segundo a sua forma externa surgem a papirologia, a epigrafia, a codicologia. Igualmente se podem distribuir as várias fontes de acordo com a sua forma interna. Assim, a diplomática ocupa-se há já longo tempo dos documentos; de constituição recentíssima é a chamada "publicística histórica", que não se apresenta ainda sistematicamente organizada. OBJECTOS. A moedas, os selos e os brasões são há séculos objecto da numismática, da esfragísitica e da heráldica. Por outro lado, os monumentos jurídicos, entre eles muito particularmente os símbolos de soberania, só recentemente foram considerados fontes históricas; correspondem-lhe respectivamente a arqueologia do direito e a insignologia. Poderão igualmente ser consideradab

Santa Eugénia

5070-411

Ciências auxiliares da História.

Alegoria à História

1. Noções gerais

CONCEITO.

O objecto das ciências auxiliares da História é todo e qualquer indício dos actos e condições de vida dos homens no passado. Em comparação com a ciência histórica em geral, as ciências auxiliares da História ocupam, de acordo com o seu objecto, posição secundária. Há quem tenha tentado substituir este conceito de ciências auxiliares pelo de ciências básicas, pois que o conhecimento histórico só é possível a partir dos vestígios que nos ficam dos tempos antigos ou seja a partir das fontes. este conceito de ciências básicas da História acentua a sua importância como parte essencial da História e não como "auxiliares" que a História poderia eventualmente dispensar.

Às ciências básicas da História cabe, não o ocuparem-se do material histórico por ele próprio, mas sim ordenar esse material - em si mesmo sem vida -, descobrir novas fontes com base nas quais se possam deduzir novas certezas históricas.

ESTRUTURA.

Como ciências das fontes do conhecimento histórico, todas as ciências auxiliares, e portanto também as fontes, podem distribuir-se por três grupos, conforme dizem respeito a textos, a objectos ou a factos.

TEXTOS (Fontes escritas).

A decifração e ordenação dos escritos antigos compete em geral à paleografia. De acordo com a distribuição dos textos segundo a sua forma externa surgem a papirologia, a epigrafia, a codicologia. Igualmente se podem distribuir as várias fontes de acordo com a sua forma interna. Assim, a diplomática ocupa-se há já longo tempo dos documentos; de constituição recentíssima é a chamada "publicística histórica", que não se apresenta ainda sistematicamente organizada.

OBJECTOS.

A moedas, os selos e os brasões são há séculos objecto da numismática, da esfragísitica e da heráldica. Por outro lado, os monumentos jurídicos, entre eles muito particularmente os símbolos de soberania, só recentemente foram considerados fontes históricas; correspondem-lhe respectivamente a arqueologia do direito e a insignologia.

Poderão igualmente ser consideradas ciências auxiliares o estudo do vestuário, da alimentação, da casa, dos divertimentos, etc., que constituem capítulos da chamada "vida quotidiana.

Por seu lado, a iconografia começa a debruçar-se sobre as obras de arte, encarando-as como fontes históricas. O ambiente físico e humano, na sua interacção, constitui, por seu vez, objecto de estudo da geografia histórica.

FACTOS OU CIRCUNSTÂNCIAS (-> Fontes, generalidades). 

Em primeiro lugar, não são objecto das ciências históricas, mas sim das ciências sistemáticas: a jurisprudência e a teologia ocupam-se das instituições, a sociologia e a etnologia dos costumes e do comportamento dos povos, a economia política dos vários aspectos económicos, a filologia dos idiomas, e assim por diante. É evidente que o conhecimento abrangido por todos estes campos do saber não só é útil como muitas vezes indispensável à boa compreensão dos fenómenos do passado. Deste modo as ciências sistemáticas, principalmente as suas disciplinas históricas (História do Direito, História da Igreja, História das Línguas, História Social, História Económica, etc.), são também ciências auxiliares da História. Os que a elas se dedicam debruçam-se sobre as mesmas fontes que os historiadores, encarando-as embora de perspectiva diferente perspectiva que deriva da sistemática da sua ciência própria.

De maior amplitude dentro das ciências auxiliares da História são a cronologia e a metrologia. Correspondendo embora a determinados grupos de fontes (aos calendários e padrões antigos), o certo é que a sua verdadeira tarefa não consiste apenas na exploração desses elementos, mas sim em reconstituir a estrutura métrica por meio da qual no passado os homens dividiam o tempo e o espaço. Indirectamente a cronologia e a metrologia esclarecem muitos problemas de outras fontes.

Cabe mencionar também a genealogia, cujo objecto não é determinado grupo de fontes (as velhas árvores genealógicas), mas o próprio homem. Não se esgota na comprovação de descendências, sendo actualmente praticada, ao mesmo tempo, como estudo de pessoas e de populações, e em certos casos até como antropologia. Por isso se torna tão evidente na genealogia a ligação entre as ciências auxiliares da História e a própria História no seu sentido geral. <P

HISTÓRIA. 

Entre as ciências auxiliares da História, algumas há de longa tradição, que remonta até à Antiguidade (genealogia) ou à Idade Média (heráldica) A paleografia, a diplomática, com a esfragística e a cronologia, foram fundadas pelo beneditino francês Jean Mabillon (1642-1707), «não sendo certamente por acaso» que a sua actividade «coincide com o desabrochar das ciências exactas» (Largiader). Essas ciências propunham-se todavia, de início, finalidade imediata, nomeadamente jurídica, como fosse a prova de certos direitos em relação a determinado objecto ou a determinada qualidade permanente. Com precursores no século XVIII, estas disciplinas jurídicas foram pela primeira vez denominadas «ciências auxiliares da História» em 1802 por J. G. Fessmaier, ao mesmo tempo que - e não se trata novamente de acaso - se perdiam muitas das reivindicações jurídicas que com a sua ajuda se tinham fundamentado (Constituição da Confederação do Reno).

Assim, estas disciplinas ganharam novo sentido; em vez de servirem a provas jurídicas, enriquecem agora o conhecimento histórico.

Ao seu dispor encontra-se, como é natural, número imenso de fontes. Verificou-se no século XIX graças a figuras como Theodor v. Sickel (1826-1908), Julius Ficker (1828-1902) e L. v. Traube (1861-1907) extraordinário desenvolvimento das ciências auxiliares da História, a que logo após a primeira guerra mundial se seguiu certo desinteresse, ainda que não total, visto ter-se assistido à formação de algumas novas ciências auxiliares. E. Bernheim definiu as ciências auxiliares como disciplinas «necessárias ao uso diário de quem trabalha em especialização histórica». Assim, por exemplo, a papirologia e a geografia histórica, como a recentíssima publicistica histórica, que se acha apenas esboçada, têm hoje para a investigação valor prático superior ao da heráldica ou da esfragística. Apesar disso, como muito bem salientou Brandt, o velho cânone das ciências auxiliares pouco se modificou em relação ao que era no século XVIII. Este desencontro entre a teoria e a prática a par da já mencionada passagem de finalidade a meio esclarece por que motivo as ciências auxiliares da História, longe de. despertarem interesse, têm sido consideradas como expoente máximo de erudição num sentido pejorativo. A prova irrefutável de que são no entanto a verdadeira base da História está no extraordinário alargamento dos seus métodos e no número cada vez maior de fontes que abrangem.


História
Enciclopédia Meridiano // Fischer, vol. 3
págs. 52 a 56

 

José nogueira dos reis

 

José nogueira dos reis
conferências de paz
 


  Nesta guerra, que tantas mortes trouxe para todos os países envolvidos nela, também se fizeram conferências de paz, ou se preferirem, acordos de paz e, no caso da ONU, criaram-se organizações internacionais. De todas as organizações criadas e conferências de paz feitas, aqui só se encontram aquelas que foram mais importantes e que tiveram um maior significado para assegurar a segurança e paz mundial.


      CONFERÊNCIA DE YALTA

Conferência que, antes do fim da Segunda Guerra Mundial, reuniu Winston Churchill, Roosevelt e Estaline em Yalta, de 4 a 11 de Fevereiro de 1945, a fim de resolver os problemas postos pela derrota então já certa dos alemães.

  Roosevelt, já muito doente e preocupado com a Organização das Nações Unidas, queria obter de Estaline a promessa de uma intervenção contra o Japão. Em troca dessa promessa, o leste europeu (e em particular a Polónia) permaneceu na zona de influência da URSS, que obteve além disso a restituição dos territórios tomados pelo Japão à Rússia em 1905.
 
  Churchill, que não partilhava desse ponto de vista, teve de ceder, mas conseguiu, sobretudo, que algum tempo mais tarde a França participasse na ocupação da Alemanha, ganhando alguns benefícios com isso.


      CONFERÊNCIA DE POTSDAM

  Conferência que reuniu em Potsdam, de 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945, Estaline e Molotov pela URSS, Truman (substituindo o presidente Roosevelt, morto em 12 de Abril) e Byrnes pelos EUA, Churchill e Eden, depois Attlee e Bevin pela Grã-Bretanha. Foram aí solucionados diversos problemas levados pela capitulação alemã: preparação dos tratados confiada aos quatro ministros das Relações Exteriores (URSS, EUA, Grã-Bretanha e França), ocupação militar e controlo económico, desarmamento e libertação da frota, desnazificação e julgamento dos criminosos de guerra, partilha da Prússia Oriental entre a URSS e a Polónia, etc. Finalmente, pela Declaração de Potsdam (26 de Julho), a URSS associava-se aos anglo-americanos para exigir do Japão uma capitulação incondicional.


      ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)

   Organismo internacional instituído com o propósito de manter a paz e a cooperação entre as nações, criada a 24 de Outubro de 1945 e sediada em Nova Iorque. A sua eficácia não depende dos seus próprios recursos, mas sim da cooperação permanente de todos os seus membros. A Organização é em grande parte o instrumento das grandes potências mundiais. Tal foi também o caso da Sociedade das Nações, mas hoje existem menos grandes potências que depois da I Guerra Mundial. Os Estados Unidos, as Comunidades de Estados Independentes, o Reino Unido e a França, considera-se que possuem uma maior preponderância que as demais nações, e isto como consequência de aparecerem de 1945 como principais vencedores da Segunda Guerra Mundial; por conseguinte, a Carta das Nações Unidas reserva a estes cinco Estados a condição de membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização e atribuir-lhes, de facto, um direito de veto nas decisões do mesmo. Mas na Assembleia Geral, onde cada nação tem voto igual, as pequenas potências desempenham importantes incumbências. As Nações Unidas reconhecem que a proscrição da guerra implica a "criação" da paz, mediante a melhoria das condições sociais e económicas e a "conservação" dessa mesma paz, por meio de um instrumento poderoso. Guiadas por este princípio dual, as Nações Unidas, estabeleceram a chamada "Carta das Nações Unidas" (assinada em S. Francisco, em 2 de Junho de 1945), que tem como objectivo o fomento da colaboração internacional para a solução dos problemas económicos, sociais, educativos e sanitários e a manutenção da paz e segurança sancionados os agressores e solucionando os conflitos por meios pacíficos. A Sociedade das Nações, perseguiu igualmente o duplo propósito de fomentar a cooperação como solução para os problemas internacionais e conseguir a segurança e paz mundiais, mas não conseguiu, visto que, em 1939, a Alemanha quebra esse "pacto". Assim sendo, a Organização das Nações Unidas difere da Sociedade das Nações (para que não se repita o mesmo) nos seguintes quatro pontos:

   1º - Em vez de estabelecer uma organização internacional, sem organismos específicos, criada de improviso, como foi o procedimento seguido na constituição da Sociedade das Nações, a Organização das Nações Unidas é o resultado de uma lenta evolução e de uma paulatina aproximação fragmentária aos problemas do pós-guerra, que resultou na criação de uma série de organismos internacionais com missões específicas. Ao contrário da Sociedade das Nações, a Organização das Nações Unidas foi projectada no pleno apogeu da guerra e a Carta foi resultado de longas deliberações e negociações, em que intervieram também as pequenas potências. Além disso, a Organização das Nações Unidas seguiu a política de estabelecer por antecipação organizações específicas para a solução dos diversos problemas como, por exemplo, os relacionados com a alimentação, higiene, aviação, finanças, educação e muitos outros.

  2º - Perante o fracasso da Sociedade das Nações, atribuído por numerosos estadistas e peritos em relações internacionais à incapacidade que demonstrou esse organismo para aplicar sanções rápidas e eficazes a Organização das Nações Unidas foi dotada de um poder especial que lhe permite deter a agressão, no devido uso da força armada. Tal poder aparece implícito na própria denominação do "Conselho de Segurança". O Comité do Estado Maior Militar, os contingentes nacionais de forças armadas e a Comissão de Energia Atómica, operam sob os auspícios do Conselho com o objectivo de fortalecer a sua eficácia na aplicação de sanções rápidas. A Sociedade das Nações não teve à sua disposição organismo semelhante, capaz de levar a efeito acções militares.

  3º - O esforço pela paz subsequente à Primeira Guerra Mundial, foi dominado por uma concepção estática, que confiava a sua manutenção ao traçado de linhas fronteiriças correctas e ao estabelecimento de uma organização internacional. Dava-
-se como certo que a paz existia e que essa paz podia ser mantida pela Sociedade das Nações. Não se teve em conta que já se vivia um grave estado de emergência, que requeria a acção internacional. Embora a Sociedade das Nações reconhecesse a existência de problemas de tipo social e económico, e dispusesse de certos organismos para a sua resolução, não se atribuiu suficiente importância à gravidade que apresentavam tais problemas e limitou-se o raio de acção desses organismos. Pelo contrário, a Organização das Nações Unidas baseia-se num reconhecimento mais explícito de que não é meramente um organismo limitado a suprimir a guerra, mas também uma organização atenta a prover os meios que conduzam à eliminação das suas causas. Acentua a importância de todos os problemas sociais e económicos e dispões de numerosos organismos facultados para se enfrentar com tais problemas. O Conselho Económico-Social coordena as actividades de várias organizações, que tratam os problemas internacionais susceptíveis de originar inquietação, fricção e descontentamento entre os povos. A jurisdição deste Conselho foi limitada pelas propostas de Dumbarton Oaks, mas os seus poderes foram aplicados na Conferência de São Francisco. Ao seu campo de acção foram incorporados problemas como o desemprego maciço e as barreiras comerciais.

  4º - A Sociedade das Nações integrou os tratados de paz de Versalhes, Neully, Trianon e Saint Germain en Laye, que puseram termo à Primeira Guerra Mundial. A combinação de uma organização em prol da paz com os acordos estipulados com nações antes inimigas, constituiu logo à partida um grave obstáculo ao bom funcionamento da Sociedade das Nações. Baseando-se na experiência dos erros anteriores, os artífices da Organização das Nações Unidas dissociaram-na de todo o tratado de paz. 
 


 
 

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José nogueira dos reis - CRONOLOGIA DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NAPRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. 1910 5 de Outubro de 1910Instauração do regime republicano. O Exército, sobretudo o seu corpo de oficiais, não participou, de facto, nem a favor nem contra a insurreição.6 de Outubro de 1910O coronel de artilharia Correia Barreto é nomeado ministro da Guerra do Governo Provisório. Era um dos oficiais mais graduados a ter apoiado o novo regime político. Estará em funções até 3 de Setembro de 1911. 17 de Outubro de 1910Criação de uma comissão para estudar a reorganização do exército. 22 de Outubro de 1910O Brasil e a Argentina são os primeiros países a reconhecer oficialmente a República Portuguesa. 1911 2 de Março de 1911Lei do recrutamento. Instaura teoricamente, mas não de facto, o recrutamento universal. O sistema oficial das remissões - pagamento de um substituto - acaba, mas é substituído pelo sistema de pagamento para se ficar "não apto".3 de Maio de 1911Publicação do Decreto que organiza a Guarda Nacional Republicana. A criação da Guarda tinha como objectivo retirar ao exército, encarado como a Nação em Armas, a função de defesa do regime, e de manutenção da ordem pública. Esta divisão de tarefas nunca foi posta em prática.25 de Maio de 1911Decreto de reorganização do Exército. Previa a existência de 8 divisões e 1 brigada de cavalaria, com um quadro permanente de 1.773 oficiais e 9.926 praças. O serviço militar devia ser geral e obrigatório. Os mancebos passavam por uma escola de recruta, de 15 a 30 semanas, sendo chamados quase todos os anos (7 em 10) para as escolas de repetição, que duravam 2 semanas. Criavam-se também escolas de quadros, que formarão os futuros oficiais milicianos. 19 de Junho 1911Os Estados Unidos da América reconhecem a República Portuguesa, no dia da abertura da Congresso, sendo a primeira potência com algum significado a fazê-lo.24 de Agosto de 1911A França reconhece a República portuguesa, no dia da eleição do Presidente da República, sendo o primeiro ..b..

JNReis

 

 

Santa Eugénia

Alijó

CRONOLOGIA DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NA
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.

 

1910

5 de Outubro de 1910

Instauração do regime republicano. O Exército, sobretudo o seu corpo de oficiais, não participou, de facto, nem a favor nem contra a insurreição.

6 de Outubro de 1910

O coronel de artilharia Correia Barreto é nomeado ministro da Guerra do Governo Provisório. Era um dos oficiais mais graduados a ter apoiado o novo regime político. Estará em funções até 3 de Setembro de 1911.

17 de Outubro de 1910

Criação de uma comissão para estudar a reorganização do exército.

22 de Outubro de 1910

O Brasil e a Argentina são os primeiros países a reconhecer  oficialmente a República Portuguesa.

 

1911

 

2 de Março de 1911

Lei do recrutamento. Instaura teoricamente, mas não de facto, o recrutamento universal. O sistema oficial das remissões - pagamento de um substituto - acaba, mas é substituído pelo sistema de pagamento para se ficar «não apto».

3 de Maio de 1911

Publicação do Decreto que organiza a Guarda Nacional Republicana. A criação da Guarda tinha como objectivo retirar ao exército, encarado como a Nação em Armas, a função de defesa do regime, e de manutenção da ordem pública. Esta divisão de tarefas nunca foi posta em prática.

25 de Maio de 1911

Decreto de reorganização do Exército. Previa a existência de 8 divisões e 1 brigada de cavalaria, com um quadro permanente de 1.773 oficiais e 9.926 praças. O serviço militar devia ser geral e obrigatório. Os mancebos passavam por uma escola de recruta, de 15 a 30 semanas, sendo chamados quase todos os anos (7 em 10) para as escolas de repetição, que duravam 2 semanas. Criavam-se também escolas de quadros, que formarão os futuros oficiais milicianos. 

19 de Junho 1911

Os Estados Unidos da América reconhecem a República Portuguesa, no dia da abertura da Congresso, sendo a primeira potência com algum significado a fazê-lo.

24 de Agosto de 1911

A França reconhece a República portuguesa, no dia da eleição do Presidente da República, sendo o primeiro país europeu a fazê-lo

3 de Setembro de 1911

Nomeação do primeiro Governo Constitucional da República. O general Pimenta de Castro é ministro da Guerra.

11 de Setembro de 1911

Reconhecimento conjunto da República portuguesa pelas grandes potências europeias, todas com um sistema político monárquico: Grã-Bretanha, Espanha, Alemanha, Itália e Áustria-Hungria.

5 de Outubro de 1911

Primeira incursão monárquica, comandada por Paiva Couceiro, em Trás-os-Montes. O ministro da guerra, general Pimenta de Castro, será exonerado dia 8 de Outubro seguinte, devido a divergências com João Chagas, presidente do Conselho de Ministros. Será substituído pelo major Alberto da Silveira.

4 de Novembro de 1911

O governo de Angola pede auxílio a Lisboa para pôr cobro à rebelião instalada no planalto de Benguela, assim como no Bié, Lunda e Norte do Cassai

 

1912

 

31 de Janeiro de 1912

Forças militares e da carbonária tomam de assalto a União dos Sindicatos. Os presos são enviados para bordo da fragata D. Fernando e do transporte Pêro d'Alenquer.

7 de Fevereiro de 1912

O governo britânico desmente os boatos, postos a circular pelo embaixador português Teixeira Gomes, que davam como certo um acordo entre o Reino Unido e a Alemanha para divisão das colónias portuguesas de África.

15 de Abril de 1912

O Presidente do Ministério e ministro dos negócios estrangeiros, Augusto de Vasconcelos, garantiu na Câmara dos Deputados não existir nenhum tratado entre a Inglaterra e a Alemanha «de natureza a ameaçar a independência, a integridade e os interesses de Portugal ou de uma parte qualquer dos seus domínios.»

6 e 7 de Julho de 1912

As forças monárquicas de Paiva Couceiro entram, pela segunda vez, em Portugal tentando tomar a praça de Valença, o que não conseguem. Entrarão no dia seguinte em Trás-os-Montes tentando capturar Chaves. 

8 de Julho de 1912

Combate de Chaves. Os monárquicos são completamente desbaratados, deixando alguns mortos e feridos no campo.

10 de Julho de 1912

Os projectos de construção dos caminhos-de-ferro de Benguela, em Angola, e da Zambézia, em Moçambique, são aprovados.

8 de Agosto de 1912

O governador Norton de Matos funda a cidade de Huambo em Angola.

10 de Novembro de 1912

Afonso Costa, discursando em Santarém, afirma que «neste momento, em que vai talvez dar-se uma conflagração europeia ... nós não sabemos ainda qual terá de ser o nosso papel, porque não está definida verdadeiramente a natureza, a extensão, os efeitos da nossa aliança com a Inglaterra.»

18 de Dezembro

Um relatório secreto do Estado-Maior da Marinha britânica, conclui que Portugal não tinha para a Grã-Bretanha grande valor estratégico, desde que os seus  territórios atlânticos não caíssem nas mãos de potências hostis.

 

1913

 

9 de Janeiro

Tomada de posse do 1.º governo Afonso Costa

21 de Fevereiro de 1913

Confirmam-se as suspeitas de existência de negociações, entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, sobre a remodelação do tratado anglo-alemão de 30 de Agosto de 1898, que de facto tratava da partilha das colónias portuguesas.

5 de Março de 1913

Lisboa informa os embaixadores de Paris e de Berlim da sua adesão ao Acordo Franco-Alemão de 4 de Novembro de 1911, que pôs fim à segunda crise marroquina.

27 de Abril de 1913

Tentativa revolucionária contra o primeiro governo presidido por Afonso Costa. É a primeira vez que republicanos participam num golpe contra um governo republicano.

10 de Junho de 1913

Lançamento de bombas sobre o cortejo de homenagem a Camões, que era constituído fundamentalmente por crianças.

3 de Julho de 1913

O governo Afonso Costa retira o direito de voto aos chefes de família analfabetos. O sufrágio universal deixa de existir em Portugal ao contrário de países como a Alemanha, Itália, Áustria, Montenegro, Suécia e Suiça. O número de eleitores é igual ao existente no tempo da monarquia.

7 de Julho de 1913

Tentativa revolucionária com assalto ao Quartel de Marinheiros

20 de Julho de 1913

Tentativas monárquicas de assalto a vários quartéis de Lisboa, contra os quais foram arremessadas bombas explosivas.

31 de Julho de 1913

Por meio de um ofício secreto, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Edward Grey, informa o seu embaixador em Portugal, Arthur Hardinge, de que o governo da Grã-Bretanha «opor-se-ia à intervenção de qualquer outra potência excepto a Espanha» nos assuntos portugueses.

13 de Agosto de 1913

É rubricado, com vista a posterior assinatura e ratificação, um novo Acordo Anglo-Alemão, que não só renovava as cláusulas do acordo de 1898 sobre as colónias portuguesas, acordo realizado no âmbito do pedido de empréstimo português após a bancarrota, mas também estabelecia uma nova partilha territorial, assim como alargava os fundamentos de intervenção.

14 de Outubro de 1913

O jornal O Dia publica, reproduzindo o Daily Telegraph londrino, as supostas bases do acordo franco-espanhol de Cartagena em que a França permitiria que a Espanha de Afonso XIII, de acordo com uma hipotética base VIII, pudesse reclamar uma intervenção directa em Portugal, motivada pela progressão da «anarquia» no país. 

20 de Outubro de 1913

Nova tentativa de revolução monárquica levada a cabo por civis e liderada por João de Azevedo Coutinho.

 

O texto definitivo do Acordo Anglo-Alemão de Agosto de 1913 é rubricado. O desmembramento e partilha das colónias portuguesas torna-se uma ameaça cada vez mais real.

9 de Dezembro de 1913

O ministro dos negócios estrangeiros alemão, fazendo no Reichtag o discurso anual sobre política externa, torna pública a existência de negociações com a Grã-Bretanha sobre as colónias portuguesas e prevê o êxito das mesmas.

16 de Dezembro de 1913

O embaixador português em Londres, Teixeira Gomes, consegue que o governo britânico se comprometa a não assinar o acordo anglo-alemão sem o requisito prévio da sua publicação. O que não interessava ao governo alemão.

 

1914

 

9 de Fevereiro de 1914

O governo chefiado por Bernardino Machado toma posse, tentando ser um governo de reconciliação nacional. O ministro da guerra é o general Pereira d'Eça.

10 de Fevereiro de 1914

O embaixador francês em Londres, Paul Cambon, faz notar à Grã-Bretanha que a publicação do acordo anglo-alemão de Outubro de 1913 sobre as colónias portuguesas, tornava significativa a aproximação anglo-alemã, o que implicava o enfraquecimento da «Entente Cordiale» entre Paris e Londres.

28 de Junho de 1914

O arquiduque Francisco Fernando, herdeiro presuntivo do imperador austro-húngaro Francisco José, é assassinado em Sarajevo, capital da província da Bósnia-Herzegovina, por revolucionários sérvios..

 

Discute-se no parlamento português o orçamento do ministério da Guerra. O ministro confidencia a um dos deputados, sobre o que o exército tinha ou não tinha para assegurar a defesa nacional: «Não digo que tem pouco, digo que não tem nada».

28 de Julho de 1914

A Alemanha acede a assinar o Acordo Anglo-Alemão sobre as colónias portuguesas nos termos pretendidos pela Grã-Bretanha.

 

A Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia. A Rússia mobiliza, dando início às movimentações que levarão ao desencadear em 4 de Agosto da Primeira Guerra Mundial.

1 de Agosto de 1914

A Alemanha declara a guerra à Rússia. 

 

A França ordena a mobilização geral dos exércitos.

3 de Agosto de 1914

A Alemanha declara a guerra à França, e invade o Luxemburgo e a Bélgica.

 

O governo britânico entrega uma carta ao embaixador de Portugal em Londres, instando junto do «Governo português para se abster, por agora, de publicar qualquer declaração de neutralidade».

 

Uma multidão junta-se à porta do Banco de Portugal, para trocar as notas por metal, provocando uma crise financeira temporária. O montante das trocas diárias vai diminuindo ao longo dos dias seguintes.

4 de Agosto de 1914

A Grã-Bretanha declara a guerra à Alemanha, devido à violação do Tratado de 1831 que declarava a Bélgica território neutral perpetuamente.

 

O governo britânico informa oficialmente o governo português, por intermédio do seu embaixador em Lisboa, que «em caso de ataque da Alemanha contra qualquer possessão portuguesa, o Governo de Sua Majestade considerar-se-á ligado por estipulações da aliança anglo-portuguesa».

7 de Agosto de 1914

Devido ao deflagrar da 1.ª Guerra Mundial, o Congresso da República, reunido extraordinariamente aprova um documento de intenções sobre a condução da política externa. Afirma-se que Portugal não faltaria aos seus compromissos internacionais, sobretudo no que diz respeito à Aliança Luso-Britânica.

12 de Agosto de 1914

É decidida a organização de uma expedição militar com destino a Angola e a Moçambique.

 

É assinado o Tratado de Comércio e Navegação Luso-Britânico.

 

A França e a Grã-Bretanha declaram a guerra à Áustria-Hungria.

 

O Japão declara a guerra à Alemanha.

11 de Setembro de 1914

Partida de Lisboa de uma expedição militar, comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas, com destino a Angola. 

 

Partida de um corpo expedicionário para Moçambique. O posto fronteiriço de Mazúa, na fronteira de Moçambique com a África Oriental Alemã (actual Tânzania) tinha sido novamente atacado.

10 de Outubro de 1914

O governo britânico, invocando a antiga aliança, «formalmente convida o Governo Português a deixar a sua atitude de neutralidade, e enfileirar activamente ao lado da Grã-Bretanha e dos seus aliados.»

19 de Outubro de 1914

Partida de uma missão militar, composta pelos capitães Ivens Ferraz, Fernando Freiria e Azambuja Martins para conferenciar com o estado-maior britânico.

20 de Outubro de 1914

Movimentos revolucionários monárquicos em Mafra e Bragança. Declaram-se contra a participação de Portugal na Guerra.

 

O Partido Socialista promove uma manifestação de apoio ao Aliados.

5 de Novembro de 1914

Forças militares de reforço da guarnição portuguesa em Angola partem de Lisboa, comandadas pelo capitão-tenente Coriolano da Costa, devido a incidentes graves com tropas alemãs na fronteira.

17 de Novembro de 1914

É proibida a subida ao palco de uma revista, no Teatro da Rua dos Condes, por dar um quadro pouco abonatório do exército português.

23 de Novembro de 1914

Reunião extraordinária do Congresso da República em que o governo é autorizado a participar na guerra ao lado da Grã-Bretanha, e a ceder desde logo 20.000 espingardas com 600 cartuchos cada uma e 56 peças de artilharia pedidas pelo governo britânico.

 

1915

 

15 de Janeiro de 1915

O presidente da república, Manuel de Arriaga, reúne os principais dirigentes políticos para ouvir a sua opinião sobre a política seguida pelo Partido Democrático, de Afonso Costa, de empurrar Portugal para a guerra.

20 - 21 de Janeiro de 1915

«Movimento das Espadas». A maior parte dos oficiais da guarnição de Lisboa, chefiados por Machado Santos e Pimenta de Castro,  protesta por considerar que a demissão de um seu colega, o major João Craveiro Lopes, foi efectuada por motivos políticos. 

25 de Janeiro de 1915

O presidente da república, Manuel de Arriaga, demite o governo de Afonso Costa e encarrega, em ditadura, isto é, sem que o Congresso tivesse em sessão, o general Pimenta de Castro de formar um novo governo com intenção de preparar eleições. A participação dos militares nos assuntos políticos torna-se cada vez maior. 

3 de Fevereiro de 1915

Mais expedições militares partem para Angola, para fazer frente aos ataques constantes das forças alemãs.

4 de Março de 1915

Os deputados do Partido Democrático de Afonso Costa são proibidos de entrar no Parlamento. Os deputados e senadores democráticos reunidos em Loures, no Palácio da Mitra, aprovam uma moção declarando o ministério fora-da-lei.

22 de Abril de 1915

Os vereadores da Câmara Municipal de Lisboa são intimados a ceder o lugar à Comissão Administrativa nomeado pelo governo. São presos por terem recusados.

10 de Maio de 1915

Grandes manifestações republicanas em Lisboa.

14 de Maio de 1915

Em Lisboa, grupos tumultuosos de pessoas assaltam armazéns e padarias à procura de comida. Aproveitando a situação republicanos civis e militares levam a efeito um movimento revolucionário que custa centenas de mortos e feridos.

15 de Maio de 1915

O governo ditatorial de Pimenta de Castro é demitido, sendo nomeado João Chagas para formar o novo ministério. O general Norton de Matos é escolhido para ministro da Guerra.

17 de Maio de 1915

Devido ao atentado no Entroncamento a João Chagas, que fica gravemente ferido e cego de um olho, José Ribeiro de Castro é nomeado chefe do governo.

29 de Maio de 1915

Teófilo Braga é nomeado presidente da república interino, devido à demissão no dia 15 de Maio de Manuel de Arriaga.

13 de Junho de 1915

O Partido Democrático ganha as eleições legislativas, obtendo a maioria absoluta.

1 de Julho de 1915

Nova Lei Eleitoral. Os militares no activo passam a ter direito de voto. Os analfabetos continuam a não poder votar.

4 de Agosto de 1915

O governo é autorizado a contrair dois empréstimos, destinados a fazer face ao aumento das despesas com as forças expedicionárias enviadas para as colónias.

29 de Novembro de 1915

Afonso Costa, restabelecido de uma fractura do crânio, provocada pela saída precipitada de um carro eléctrico devido ao receio de um atentado bombista, é nomeado chefe do governo, constituído unicamente por membros do Partido Democrático.

 

1916

 

17 de Fevereiro de 1916

O governo português recebe um pedido do governo britânico «em nome da aliança» de «requisição urgente de todos os barcos inimigos estacionados em portos portugueses».

23 de Fevereiro de 1916

Portugal apreende todos os navios mercantes alemães fundeados nos Portos portugueses, a fim de serem colocados ao serviço da causa comum luso-britânica, numa operação dirigida pelo capitão de fragata Leote do Rego, comandante da Divisão Naval de Defesa.